segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Grupo reestreia João e Maria em comunidade de Vitória


O projeto “Viagem pela Literatura” levou contação de histórias e teatro infantil para o Bairro do Quadro no último sábado, às 9h30, em Vitória. Os espetáculos aconteceram no Centro Municipal de Educação Infantil Odila Simões, com a contadora de histórias Alzira Bossois, do grupo Chão de Letras e com o Grupo Gota, Pó e Poeira.
O grupo teatral “Gota, Pó e Poeira”, de Guaçuí, encenou o clássico da literatura infantil “João e Maria”, que fez sua reestreia depois de dois anos, contando no elenco com Rafaela Carvalho, Neuza de Souza, Aline Saraiva, Danielle Lino, Carlos Ola, Edmar da Silva e Matheus Soares.  
A apresentação de “João e Maria” faz parte da atividade “Viver o Livro ao Vivo e em Cores”, em que as histórias dos livros são adaptadas para o teatro, e narrou as aventuras de dois irmãos que ficam perdidos numa floresta e acabam encontrando uma velha bruxa em seu caminho.

As próximas apresentações da peça acontecerão na Semana da Criança!
Acesso à cultura – direito de todos!
A nova BNCC- Base Nacional Curricular propõe a valorização e fruição de diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, como também a participação de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. A 3ª competência estabelece como fundamental que os alunos conheçam, compreendam e reconheçam a importância das  manifestações artísticas e culturais de modo, também, participativo.  O estudante deve, portanto, ser capaz de se expressar e atuar por meio das artes. Uma prática que, decerto, contribui para o desenvolvimento das suas habilidades em Linguagens e Ciências Humanas.
E cabe a escola – representante do Estado -  hoje contribuir para essa formação, tendo em vista o distanciamento da família com relação a essa transmissão de conhecimentos. E é nesse sentido que a Escola Antonio Carneiro Ribeiro realiza a sua Semana Cultural, de 23 a 27 de setembro,  cujo tema é “Acesso à cultura – uma viagem pedagógica”, que envolve o teatro, a dança, a música e a literatura.
Estudantes assistem à peça A roupa nova do imperador
A Semana Cultural da Escola Antonio Carneiro Ribeiro começou hoje, dia 23, com a apresentação do espetáculo “A roupa nova do imperador”, do Grupo Teatral Gota, Pó e Poeira, que completou em agosto 36 anos de existência. As apresentações aconteceram nos turnos matutino e vespertino com o objetivo de os alunos conhecerem um pouco da cultura local e um texto clássico da literatura infanto juvenil, criado por Hans Christian Andersen.
Entre outras atrações da Semana Cultural, estarão a Lira Santa Cecília, o Projeto AABB Comunidade, a professor Eliane Correia e a exibição de curtas realizados com os alunos da escola, entre eles um documentário sobre 200 anos de história de Guaçuí.

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

O acesso de estudantes à cultura do teatro


Com cerca de 70 atores, 15 cenas e três municípios diferentes, aconteceu no dia 13 de setembro, no Teatro Rubem Braga, o II Festival Estudantil de Cenas Curtas de Cachoeiro de Itapemirim, uma importante mostra de teatro realizada pela Asteca, entidade da classe teatral daquela cidade.

A Escola Antonio Carneiro Ribeiro, através do projeto que desenvolve de artes cênicas, esteve participando com duas cenas: "No jardim de Alice" e "O príncipe e o aviador", reunindo 08 atores/alunos. A cena "O príncipe e o aviador" foi recebida com grande entusiasmo pelo público e pelos jurados, ficando com o troféu de segunda melhor cena. Destaque também para os atores Edson Aparecido e Edson Rodrigues, dos terceiros anos matutinos.
Alunos e o professor responsável pelo projeto consideraram altamente positiva a participação dos estudantes, visto a qualidade dos trabalhos apresentados e ainda a possibilidade de uma interação com outras escolas e a troca de experiências. "Para o fazer teatral e o amadurecimento nesta arte, é preciso ver o trabalho de outros grupos, para melhor compreender o trabalho que é realizado em nossa escola.”, garantiu a equipe. 
Alunos têm acesso a espetáculo que apresenta cultura e reflexão sobre a mulher
A transversalidade aparece na base do novo currículo comum a ser implantado em todas as escolas do Brasil, e uma de suas ações dentro de uma escola integral é a abordagem dos aspectos culturais, e visando a essa importante ação, os estudantes das Escolas Antonio Carneiro Ribeiro e Deocleciano de Oliveira  assistiram na ultima sexta feira, dia 13 de setembro, no Teatro Fernando Torres, a apresentação do espetáculo de dança "Abajur cor de carne – cartografia de uma dança", do Coletivo Emaranhado, de Vitória, em duas sessões - de manhã e à tarde.
A iniciativa teve como objetivo de mostra um pouco da cultura capixaba e, ao mesmo tempo, discutir o feminicídio, tão comum no Espírito Santo, um dos estados com maior índice de violência contra a mulher.
Os alunos, além de assistirem ao espetáculo, ainda participaram de um debate, quando conheceram um pouco do fazer artístico do Coletivo e ainda discutiram sobre o assunto, dando-lhes mais informações para futuras dissertações em provas que darão acesso a faculdades. 

Oficina de dança gratuita anima público

Ainda dentro do Projeto “Abajur Cor de Carne”, os integrantes do Coletivo Emaranhado ministraram uma oficina de corpo para atores, bailarinos e simpatizantes da dança no dia 14 de setembro, também no Teatro Fernando Torres. Com 10 inscritos, a oficina de duas horas agradou e foi concluída com uma animada coreografia. A iniciativa agradou a todos!

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Espetáculo gratuito de dança em Guaçuí e Festival em Cachoeiro


Fundamentado em dados sobre os índices de violência contra a mulher, acontecem neste final de semana três apresentações do espetáculo “Abajur Cor de Carne – Cartografia pela Dança”, do Coletivo Emaranhado, de Vitória, em Guaçuí. As apresentações serão nos dias 13 e 14 de setembro, no Teatro Fernando Torres, gratuitas, dentro do projeto de editais da Secretaria de Estado da Cultura.
Dança, teatro, poesia, performance e música se entrelaçam, não apenas para denunciar uma cultura de violência de gênero que perpassa as ações sutis do cotidiano e chega às ações drásticas como os inúmeros casos de feminicídio; essas linguagens se atravessam também criando um manifesto que convoca à reflexão sobre a necessidade e a urgência de serem revistas as ações e posicionamentos diante disso.


Abajur Cor de Carne – Cartografia pela Dança
Segundo dados do Mapa da Violência, o Espírito Santo é o estado no qual mais se matam mulheres sendo que, as mais atingidas por essas violências, são as mulheres negras, e assim o coletivo constrói o seu mais novo espetáculo.
Realizando esta nova montagem, o Coletivo Emaranhado reforça o seu interesse em criações atentas às questões sociais, apostando na arte como ferramenta reflexiva de atravessamento do pensamento crítico como colaborador de uma mudança de mundo. O trabalho foi estruturado com recursos do Edital de seleção de projetos n° 024/2018 - Seleção de Projetos Culturais Setoriais de Dança no Estado do Espírito Santo.


Horários da oficina e apresentações
O Coletivo Emaranhado também fará uma oficina de corpo direcionado a atores, bailarinos e outros interessados, no sábado, às 09 h, também no Teatro Fernando Torres.
Já as apresentações acontecem na sexta-feira, em dois horários: 10h e 14h, direcionadas a público estudantil do ensino médio. Já no sábado, dia 14, às 19h, é aberto ao público. Vale a pena conferir!



Estudantes participam de Festival de Esquetes em Cachoeiro
Alunos do ensino médio da Escola Antonio Carneiro Ribeiro participam na próxima sexta feira, a partir das 19 horas,  do II Festival de Esquetes da Asteca – Associação de Teatro de Cachoeiro com dois trabalhos: O encontro e No jardim de Alice. Estas cenas já fizeram parte de outros trabalhos encenados pelos atores, como “Entreatos de amor e humor” e “Uma aventura sem fim”.
A participação visa ao fortalecimento das atividades culturais desenvolvidas na escola, bem como a formação de atores e técnicos em artes cênicas.

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

O teatro e seus moinhos de vento – De La Mancha: o cavaleiro trapalhão!


Ao assistir ao espetáculo “De La Mancha: o cavaleiro trapalhão”, da Rococó Produções, de Porto Alegre- RS, no 20º Festival Nacional de Teatro de Guaçuí, em agosto passado, fiquei a refletir qual é o nosso papel enquanto artista de teatro no atual panorama. Vi os dois grandes atores em cena e percebi – o que já não era tão distante – que voltamos a ser “quixotes” a lutar contra os moinhos de vento, representados pelos infortúnios que atravessa a cultura de modo geral.
Guilherme Ferrera e Henrique Gonçalves formaram em cena uma dupla impagável trazendo ao palco o fidalgo decaído Dom Quixote e seu fiel escudeiro Sancho Pança, entre outros personagens. Com maestria, num jogo de interpretação que envolveu música, teatro e dança, os atores trouxeram o universo da Espanha, no seu cenário de luzes e sombra, resgatando um pouco do final das novelas de cavalaria, na transição do Humanismo para Renascimento. Mas parece que, para a cultura de hoje, os tempos medievais pretendem reviver, com seus dragões da intolerância e da apatia os tempos sombrios, por isso talvez um figurino inicial com ares de atualidade, como fossem dois astronautas a desbravar um novo, mas velho mundo.
O Renascimento trouxe luz à Europa e isso se espalhou pelo mundo. O escritor espanhol Miguel de Cervantes criou um personagem que simboliza o universal, e o substantivo próprio “Quixote” virou um adjetivo para todos que são idealistas e precisam romper tantas barreiras em busca de alcançar seus sonhos, e mais do que nunca o teatro vem a enfrentar os moinhos da falta de público, da queda nos patrocínios, da tecnologia que rouba a atenção das pessoas, do abandono da cultura pelos políticos, das inúmeras justificativas dos amigos e familiares  por não ter ido a uma determinada sessão da peça ou do show.
Por mais que seja encenado no mundo, a obra de Cervantes continua atual e provocante. E “De La Mancha...”, da Rococó, coloca o dedo na ferida sem perder o lúdico, a magia, a profundidade e mostrando que a criança tem uma compreensão que vai além das histórias comerciais com atores escondidos em bonecos com vozes gravadas no playback. Elas, as crianças, precisam sim de espetáculos inteligentes para que se modifique o comportamento de uma geração que aí está,  tão distante do real e tão apegada às relações superficiais e virtuais.
São 36 anos de teatro com o Gota, Pó e Poeira. Construímos uma história degrau por degrau, avançamos, abrimos espaços, fizemos uma trajetória incomum para os grupos do interior. É possível chegar a novos rumos, porém têm horas que o cansaço abate, o desânimo surge, e os velhos fantasmas emergem para roubar as forças e querer destruir os sonhos. E é nesta hora que a armadura e a lança têm que ser empunhadas para que o visionário louco renasça no nosso interior, e não sejamos engolidos pelos moinhos de vento. Resistir é o que nos resta!
·         Fotos de Eder Gaioski