A cidade de Guaçuí, através do Grupo Teatral Gota, Pó e Poeira, realiza no período de 19 a 25 de junho deste ano, o seu 22º Festival Nacional de Teatro, é um dos mais importantes no cenário teatral do Espírito Santo, e que ganha destaque em toda mídia nacional devido ao trabalho sério de compromisso com a qualidade exigida aos participantes pela equipe realizadora.
Este evento ratifica o hábito da população da região do
Caparaó em prestigiar os espetáculos que se apresentam no festival desde o ano
de 2000, e ao mesmo tempo em que conhece as diferenças culturais de cada região
brasileira. Ele ainda fomenta as artes cênicas, aproximando o público dos
grupos e os grupos das aspirações do povo. O público, segundo seus
organizadores, envolve-se não só com o teatro, mas também com outras
manifestações artísticas como a dança, fotografia e a música.
As atrações
Com sua estrutura dos anos anteriores, o Festguaçuí
deste ano recebe seis trabalhos adultos, seis para infância e juventude, e cinco
de rua; uma exposição de fotografias de Tarcísio Louzada; a performance Três
em uma, da Cia Surto Cênico; debates sobre os trabalhos apresentados; palestra
com Carol Scabora, de Curitiba; e oficinas de palhaçaria com a Cia Canta Circo.
Para a abertura conta também com um espetáculo de dança convidado – Terra Sem
Males, de Vitória, da Cia Ehioze. Tudo isso com entrada franca.
A mostra reúne montagens do Sul e do Norte do Estado do
Espírito Santo, da grande Vitória, e ainda espetáculos interessados de outras
partes do Brasil, tais como São Paulo, Rio de Janeiro, Piauí, Paraná, Tocantins
e Minas Gerais, pautados no ano passado, em agosto, tendo em vista a inscrição
do Festival no edital de chamamento 002/2021, da Secretaria de Estado da
Cultura. Como no ano anterior, a organização recebeu cartas de anuência dos
grupos e companhias, pois o prazo era curto para abrir seleção por edital.
De Minas Gerais vão estar os espetáculos Estórias de Palhaços, do Coletivo de Teatro Experimental Libertas, de Ubá, e A Rua, a Lama e a Santa, do Carroça Teatral, de Sete Lagoas. O primeiro retrata dois atores em plena pandemia, isolados, e com fome de teatro que resolvem praticar e experimentar algumas técnicas clownescas. O segundo é uma história de amor interrompida quando o casal se depara com a depredação causada pela exploração de mineiro de ferro nas serras e nas montanhas do Estado.
Do Rio de janeiro vêm mais dois espetáculos O patinho
feio e Pequenas Sagas Nordestinas. A Cia Arroto Cênico, situa o
conto infantil no sertão e com uma proposta diferente de abordagem: a peça
atualiza a dicotomia entre feio e bonito, trazendo a reflexão sobre as
diferenças e a diversidade. Já Pequenas Sagas, encenada pela CTI, são histórias
que narram as aventuras e desventuras do povo nordestino, porém com temáticas
universais.
A princesa cansada e o animal bocejante, bem como Julimeu e Romileta, chegam do Paraná, das cidades de Curitiba e Ibiporã, respectivamente. A peça curitibana fala de uma princesa nada comum e bastante curiosa que vai brincar numa floresta abandonada. Enquanto tenta contar suas histórias é surpreendida por barulhos e por um ser diferente que habita ali. Já o outro espetáculo recria a clássica história de amor proibido - são dois jovens que vivem na cidade de Verona cujas famílias são inimigas e passam seus dias a duelar pelas ruas da cidade.
As produções de São Paulo são Os Malas, da Canta
Circo de Teatro; Cabaré Gira Sol, da Cia 3 Entradas; e Lisístrata – O
Voo das Andorinhas. Neste as mulheres gregas, lideradas por Lisístrata,
decidem pôr fim às hostilidades, usando uma tática nada convencional: uma greve
de sexo. Os outros dois espetáculos trazem a palhaçaria. Em “Os Malas” dois
palhaços que não se conhecem promovem uma enorme confusão entre disputas
musicais e de habilidades circenses até perceberem que um show em dupla pode
ser muito melhor do que separados. E em “Cabaré”, uma kombi parada vira cenário
de encontro de cenas independentes criadas por cada artista, dando resultado em
uma última e incrível cena orquestrada por todas.
Do Nordeste será apresentada a peça “Anjo desfigurado”. A peça é o resultado da Residência Artística proposta pelo Coletivo Cabaça (PI), com a ATeliê VoadOR (BA). Uma encenação testemunhal entrecruzada com a obra do poeta piauiense/tropicalista Torquanto Neto. E do Norte surge A Incrível Lenda do Capim Dourado, do Artpalco de Araguaína (TO), que reúne três causos de autoria de Luiz Navarro, que adaptados criam a dramaturgia desse espetáculo que busca dar protagonismo ao Capim Dourado.
Com maior número tem-se o Espírito Santo com Mais
gordo do que um cachorro da HB Grupo
de Teatro, de Cariacica – ES; e Memórias
à Venda, do Instituto Cultural Tambor de Raiz. de Conceição da Barra – ES, ambos
teatro de rua; #PALAVRASCRUZADAS, da Cia Nós de Teatro, de Cachoeiro de
Itapemirim, com proposta para o palco adulto; e Nuvem D’água, do Grupo
Vira Lata de Teatro, de Vitória– ES, com peça infantojuvenil. E encerra a
programação com os trabalhos do Gota, Pó e Poeira e Guaçuí Em Cena, desta cidade
com Bumba Meu Boi e O Circo Faz de Conta.
À espera de contar com uma plateia lotada todos os dias nas diversas sessões, o festival de 2020 promete movimentar a cidade de Guaçuí, aquecer o cenário cultural da região do Caparaó e se confirmar como um dos principais atrativos do Espírito Santo. O evento é coordenado pelo Grupo Teatral e Ponto de Cultura “Gota, Pó e Poeira”, e tem o apoio da Prefeitura Municipal de Guaçuí (Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Esportes), da Secretaria de Estado da Cultura (Edital 002/2021 – Chamamento de Eventos) e comércio local.
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