Em 1961, com a inauguração do Teatro
das Nações, em Paris, constituiu-se, também, o Dia Mundial do Teatro, o que é
comemorado também no Brasil. Mas há também um Dia Universal do Teatro, a 21 de
março; um Dia do Artista de Teatro, a cada 19 de agosto, e um Dia Nacional do
Teatro para a Infância e a Juventude, em 20 de março.
O que caracteriza o teatro? Qual a
origem do teatro? Antes de mais nada, pode-se destacar o seu aspecto lúdico,
isto é, de jogo, de faz de conta... Neste sentido, segundo o crítico Antonio
Hohlfeldt pode-se dizer que o teatro
surgiu a partir de brincadeiras que se faziam em torno de fogueiras. As pessoas
faziam gestos, contavam histórias, as sombras se projetavam nas paredes, a
imaginação das pessoas corria à solta, quer da parte de quem
narrava/representava/imitava certos gestos e/ou ações, quer da parte de quem
ouvisse/visse tais representações.
O surgimento do teatro
Imitava-se os
animais, as pessoas, as ações de uns e de outros. Assim também nasceu a dança.
Num e noutro caso, para dar maior verossimilhança, as pessoas se enfeitavam
(nascia o vestuário, a indumentária), com penas das aves, peles de animais,
roupas variadas... Seja como fosse, alguém, o ator, travestia-se,
transformava-se em outra pessoa ou outro ente que não ele mesmo.
A representação
teatral é muito antiga no Oriente: o Japão tem gêneros como o nô e o kabuki,
extremamente formalizados, com um conjunto de regras fixas, que precisam ser
aprendidas pelo intérprete. Na China, notabilizou-se o chamado teatro de
sombras, o de marionetes e os espetáculos circenses. Aliás, Platão, em A
república, quando no Livro VII quer simbolizar o mundo humano pela
imagem da caverna, onde todos habitaríamos, não deixa de referir as marionetes,
divertimento que então chegava à Grécia, através do Egito, segundo o
historiador Heródoto.
O teatro grego e o primeiro ator
O teatro grego,
em sentido estrito, teria surgido de rituais religiosos dedicados ao deus Baco,
protetor das vindimas. As sociedades rurais organizam seus calendários
evidentemente marcadas pelas épocas de plantio e colheita. O sucesso do plantio
depende da qualidade da semente. A mãe-terra, ao receber a semente, que parece
morrer, guarda-a durante um certo tempo e depois a devolve, transformada em uma
planta. Para isso, é fundamental a fertilidade dos solos. O deus protetor da
fertilidade era Príamo, cuja imagem correspondia ao pênis masculino, o falo.
Realizavam-se procissões carregando imagens de todos os tamanhos deste deus
protetor.
Em algum momento,
conta-se que um dos sacerdotes que comandavam tais ações resolveu realizar uma
ação individualizada. Seu nome seria Téspis, e assim teria nascido o primeiro
ator. Dali em diante, os espetáculos teatrais, vinculados a tais tradições,
ganhariam, crescentemente, dois e três atores, além dos coros, que se colocavam
dos dois lados da cena, com cem pessoas, ao menos, representando as vozes das
comunidades.
O teatro diante o Corona Vírus
Na última
sexta-feira (27), foi, pois, o Dia Mundial do Teatro. Nada a comemorar, graças
à Covid-19, mas lembremos que o artista - o dramaturgo, o diretor, o encenador,
o ator/atriz etc. - continuam, mais do que nunca, importantes na
sociedade. E foram muitas postagens nas
redes sociais e em “lives” lembrando este dia.
O Espírito Santo
é rico em companhias e grupos teatrais e se fez fortemente representado desde
os anos 70 com o Grupo Ponto de Partida e tantos outros. Depois veio uma
geração ligada à Federação Capixaba de Teatro Amador (Fecata), nos anos 80. E
dentro dessa leva, surgiu o Gota, Pó e Poeira, de Guaçuí, com 36 anos de
atividades. E, bem recentemente, o Homônimos Perfeitos, de Celina, há 3 anos; e
a Cia “Mais um ponto, mais um conto”, em 2019. Parabéns!
Nenhum comentário:
Postar um comentário