quinta-feira, 16 de junho de 2022

FESTIVAL NACIONAL DE TEATRO DE GUAÇUÍ COMEÇA NESTE DOMINGO

 


A cidade de Guaçuí, através do Grupo Teatral Gota, Pó e Poeira, realiza no período de 19 a 25 de junho deste ano, o seu 22º Festival Nacional de Teatro, é um dos mais importantes no cenário teatral do Espírito Santo, e que ganha destaque em toda mídia nacional devido ao trabalho sério de compromisso com a qualidade exigida aos participantes pela equipe realizadora.

Este evento ratifica o hábito da população da região do Caparaó em prestigiar os espetáculos que se apresentam no festival desde o ano de 2000, e ao mesmo tempo em que conhece as diferenças culturais de cada região brasileira. Ele ainda fomenta as artes cênicas, aproximando o público dos grupos e os grupos das aspirações do povo. O público, segundo seus organizadores, envolve-se não só com o teatro, mas também com outras manifestações artísticas como a dança, fotografia e a música.


As atrações

Com sua estrutura dos anos anteriores, o Festguaçuí deste ano recebe seis trabalhos adultos, seis para infância e juventude, e cinco de rua; uma exposição de fotografias de Tarcísio Louzada; a performance Três em uma, da Cia Surto Cênico; debates sobre os trabalhos apresentados; palestra com Carol Scabora, de Curitiba; e oficinas de palhaçaria com a Cia Canta Circo. Para a abertura conta também com um espetáculo de dança convidado – Terra Sem Males, de Vitória, da Cia Ehioze. Tudo isso com entrada franca.

A mostra reúne montagens do Sul e do Norte do Estado do Espírito Santo, da grande Vitória, e ainda espetáculos interessados de outras partes do Brasil, tais como São Paulo, Rio de Janeiro, Piauí, Paraná, Tocantins e Minas Gerais, pautados no ano passado, em agosto, tendo em vista a inscrição do Festival no edital de chamamento 002/2021, da Secretaria de Estado da Cultura. Como no ano anterior, a organização recebeu cartas de anuência dos grupos e companhias, pois o prazo era curto para abrir seleção por edital.


De Minas Gerais vão estar os espetáculos Estórias de Palhaços, do Coletivo de Teatro Experimental Libertas, de Ubá, e A Rua, a Lama e a Santa, do Carroça Teatral, de Sete Lagoas. O primeiro retrata dois atores em plena pandemia, isolados, e com fome de teatro que resolvem praticar e experimentar algumas técnicas clownescas. O segundo é uma história de amor interrompida quando o casal se depara com a depredação causada pela exploração de mineiro de ferro nas serras e nas montanhas do Estado.

Do Rio de janeiro vêm mais dois espetáculos O patinho feio e Pequenas Sagas Nordestinas. A Cia Arroto Cênico, situa o conto infantil no sertão e com uma proposta diferente de abordagem: a peça atualiza a dicotomia entre feio e bonito, trazendo a reflexão sobre as diferenças e a diversidade. Já Pequenas Sagas, encenada pela CTI, são histórias que narram as aventuras e desventuras do povo nordestino, porém com temáticas universais.


A princesa cansada e o animal bocejante
, bem como Julimeu e Romileta, chegam do Paraná, das cidades de Curitiba e Ibiporã, respectivamente. A peça curitibana fala de uma princesa nada comum e bastante curiosa que vai brincar numa floresta abandonada. Enquanto tenta contar suas histórias é surpreendida por barulhos e por um ser diferente que habita ali. Já o outro espetáculo recria a clássica história de amor proibido - são dois jovens que vivem na cidade de Verona cujas famílias são inimigas e passam seus dias a duelar pelas ruas da cidade.

As produções de São Paulo são Os Malas, da Canta Circo de Teatro; Cabaré Gira Sol, da Cia 3 Entradas; e Lisístrata – O Voo das Andorinhas. Neste as mulheres gregas, lideradas por Lisístrata, decidem pôr fim às hostilidades, usando uma tática nada convencional: uma greve de sexo. Os outros dois espetáculos trazem a palhaçaria. Em “Os Malas” dois palhaços que não se conhecem promovem uma enorme confusão entre disputas musicais e de habilidades circenses até perceberem que um show em dupla pode ser muito melhor do que separados. E em “Cabaré”, uma kombi parada vira cenário de encontro de cenas independentes criadas por cada artista, dando resultado em uma última e incrível cena orquestrada por todas.


Do Nordeste será apresentada a peça “Anjo desfigurado”. A peça é o resultado da Residência Artística proposta pelo Coletivo Cabaça (PI), com a ATeliê VoadOR (BA). Uma encenação testemunhal entrecruzada com a obra do poeta piauiense/tropicalista Torquanto Neto. E do Norte surge A Incrível Lenda do Capim Dourado, do Artpalco de Araguaína (TO), que reúne três causos de autoria de Luiz Navarro, que adaptados criam a dramaturgia desse espetáculo que busca dar protagonismo ao Capim Dourado.

Com maior número tem-se o Espírito Santo com Mais gordo do que um cachorro da  HB Grupo de Teatro,  de Cariacica – ES; e Memórias à Venda, do Instituto Cultural Tambor de Raiz. de Conceição da Barra – ES, ambos teatro de rua; #PALAVRASCRUZADAS, da Cia Nós de Teatro, de Cachoeiro de Itapemirim, com proposta para o palco adulto; e Nuvem D’água, do Grupo Vira Lata de Teatro, de Vitória– ES, com peça infantojuvenil. E encerra a programação com os trabalhos do Gota, Pó e Poeira e Guaçuí Em Cena, desta cidade com Bumba Meu Boi e O Circo Faz de Conta.


À espera de contar com uma plateia lotada todos os dias nas diversas sessões, o festival de 2020 promete movimentar a cidade de Guaçuí, aquecer o cenário cultural da região do Caparaó e se confirmar como um dos principais atrativos do Espírito Santo. O evento é coordenado pelo Grupo Teatral e Ponto de Cultura “Gota, Pó e Poeira”, e tem o apoio da Prefeitura Municipal de Guaçuí (Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Esportes), da Secretaria de Estado da Cultura (Edital 002/2021 – Chamamento de Eventos) e comércio local.