sexta-feira, 21 de abril de 2017

A JUNÇÃO DE FÉ E TALENTO NA SEMANA SANTA

A Semana Santa, além de marcar o calendário religioso cristão, é também um momento de dar às artes cênicas uma dimensão sacra como ocorreu na Idade Média, com as encenações de autos, milagres e farsas. O talento de dezenas de artistas se junta à fé, formando espetáculos belíssimos, cada vez mais sofisticados e refinados. Vale dizer ainda que o evento se torna uma atração também turística podendo atrair pessoas de outras regiões, como ocorre no Nordeste, em cidades como Nova Jerusalém – em Pernambuco, ou em Floriano, no Piauí. Estes casos contam com estrelas “globais” em seu elenco. Mesmo sem as estrelas televisivas, como acontece em muitas cidades, com uma boa divulgação o produto pode atrair inúmeros visitantes.
... Novos talentos
Convidado para assistir às atividades culturais da Escola Estadual Antônio Carneiro Ribeiro, no turno vespertino, fiquei surpreso com a dedicação e talento dos alunos dos segundos e terceiros anos do ensino médio daquela escola. Orientados pelos professores Thiely Fonseca, Marisa Jordem, Marcelo Soares e Lucas Basani, os estudantes associaram a música e o teatro em belas encenações sobre a Paixão e Morte de Cristo, sendo destaque o auto que encerrou a tarde chuvosa de quinta-feira, dia 13 de abril, na quadra daquela escola. Sem tecnologia e maiores produções, os alunos mostraram competência, com destaque para os que interpretaram as figuras masculinas protagonistas do drama sobre a crucificação de Jesus. Com certeza, alguns ali, se investirem no teatro, terão sucesso.

... A Paixão de Cristo
De outro lado, sempre crescendo, o Auto da Paixão de Cristo encenado pela Cia de Artes - Comunidade Católica lotou a Praça da Matriz no dia 14 de abril. Conduzido pelo jovem diretor Rodrigo Corrêa, o espetáculo emocionou a todos. Com recursos tecnológicos – luz e som, e ainda uma boa produção musical e de figurinos, foram em torno de duas horas de encenação em que os principais fatos que antecederam à morte de Cristo foram reproduzidos. Lucas Basani, que faz o personagem central, soube conduzir a encenação com maestria; e a peça emocionou a plateia com a novidade deste ano: a ressurreição de Jesus.

... A Lira Santa Cecília
Dentro desse aspecto, vale também ressaltar a participação da Lira Santa Cecília, na Procissão do Senhor Morto. Músicos tradicionais como Wildes Ferreira, Roberto Cristóvão de Oliveira e José Rubens Toledo, acompanhados de outros, encheram de acordes as ruas do centro da cidade por onde passou a imagem de Cristo em seu esquife. Acredito que essa tradição não deve se perder na cidade e – ao contrário – deve ganhar mais incentivo para que se fortaleça. Quem estava nas casas, abriu suas janelas para receber os acordes da banda com suas músicas religiosas.
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Os membros daAcademia Guaçuiense de Letras e Cultura de Guaçuí se reuniram na última segunda feira na casa do presidente da instituição, dr. Luiz Ferraz Moulin.  Na ocasião, elecomunicou seu afastamento da diretoria por motivos de saúde e passou os informes sobre as futuras reuniões e projetos. Os acadêmicos preparam agora os trâmites legais para a nova presidência e ainda alguns eventos a serem realizados a partir de junho. 

quinta-feira, 13 de abril de 2017

SETE ESPETÁCULOS MARCAM O FESTIVAL DE SALTO – SP

Grupo capixaba encena “A absurda comédia de duas vidas” e recebem cinco importantes prêmios.
Durante três dias a cidade de Salto, em São Paulo, foi o ponto de encontro de sete companhias de teatro, oriundos de São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro, com apresentações nos mais variados estilos: de comédia infantil a contundentes dramas que revelam nuances escuras do sistema carcerário e do jogo de oprimido e opressor. Foi o 3º Festival Nacional de Teatro Carpe Diem, promovido pela STCA Produções, acontecido no período de 17 a 19 de março deste ano.
O festival começou com o Ateliê Casarão, com “Pernambuco em 4 Atos”, de Jundiaí – SP. Um monólogo que retrata o estado pernambucano do sertão ao litoral, que deu a Cláudio de Albuquerque o prêmio de Melhor Ator. Depois, à tarde, no belíssimo teatro da cidade – Sala Palma de Ouro, aconteceu “As aventuras de Peter Pan e Sininho”, da cidade de São Paulo, da Evoé Cia de Teatro. O clássico revisitado encantou a criançada. E encerrando o dia 17, a noite contou com “Nau dos loucos”, do Grupo de Teatro Pepitos, de Ribeirão Preto. O texto de Luiz Alberto de Abreu retrata aspectos da loucura.
A programação de sábado, dia 18, começou no Auditório “Maestro Gaó”, com o espetáculo capixaba “A absurda comédia de duas vidas”, que rendeu ao “Gota, Pó e Poeira” os prêmios de Melhor Texto Original, Melhor Sonoplastia, Melhor Trilha Sonora, Melhor Maquiagem e Melhor Iluminação. A execução dos técnicos e a afinada relação dos mesmos com os atores foram fundamentais para os cinco prêmios.
Depois do grupo de Guaçuí, vieram três grandes espetáculos. O drama musicado “Vidas Secas”, de Mauá – SP, do Grupo Artemis de Teatro, deu uma nova roupagem ao clássico de Graciliano Ramos, com destaque para a sua excelente atriz vivendo Sinhá Vitória e a manipulação do boneco representando a cachorra Baleia.  No final da tarde, na Sala Giusepe Verdi, a Evoé Cia de Teatro, encenou o forte texto de Zé Vicente – O Assalto. Em belas interpretações, o espetáculo levou o prêmio de direção e cenografia.
Encerrando a noite de sábado, a Trupe Investigativa Arroto Cênico, de Nova Iguaçu, vencedora recentemente do Prêmio Shell de Teatro do Rio de Janeiro pelo trabalho que desenvolve na baixada fluminense, mostrou o forte espetáculo “Borra”. Com um elenco homogêneo e texto inspirado em “Barrela”, de Plínio Marcos, o espetáculo foi o grande vencedor do festival, com seis importantes prêmios, incluindo de Melhor Elenco e Melhor Espetáculo.
O festival foi encerrado com a apresentação da comédia “Por que os homens mentem?”, da Cia Nósmesmos, de Itu – SP, inspirado em divertidas crônicas que retratam o universo masculino. E, logo em seguida, aconteceu a cerimônia de encerramento e premiação, quando Marcelo Santto, realizador do evento, também homenageou o ator e iluminador José Roberto Orlandini, daquela cidade paulista.

Os atores Edmar da Silva, Neuza de Souza, Ronilson Pires e Carlos Ola, todos do “Gota” aproveitaram a estada na cidade e visitaram a estátua de Nossa Senhora do Monte Serrat, padroeira da cidade, que foi esculpida pelo artesão guaçuiense Antônio Francisco Moreira.


2017 COMEÇA AGITADO NA CULTURA

O ano novo começou com muitas atividades teatrais do Grupo Gota, Pó e Poeira e também no Teatro Fernando Torres. O calor da estação se juntou ao calor das apresentações, mexendo com a programação cultural que envolve os guaçuienses.
Começando o ano, em janeiro, foi apresentado em Vitória o espetáculo “A Absurda Comédia de Duas Vidas”. O público, entre turistas e capixabas, deliciou-se com a história de Mirtes e Ester, duas senhoras solteiras, em busca de um tesouro deixado pelo pai, ou pelo menos sua herança, para que pudessem viver com conforto. A peça tem como pano de fundo as mortes de outras irmãs e da mãe, enquanto as senhoras relembram o grande amor da vida delas, o primo Mariel.
Em fevereiro a população esperou pelo carnaval. O interior, que já  perdeu muito com essa tradição popular, neste ano ainda mais, pois devido a paralisação dos serviços da PM no Espírito Santo, por 21 dias, a insegurança tomou conta de todos e os municípios resolveram não realizar a folia, o que fez com que a população buscasse outras formas de lazer, como viagens para praias aqui por perto ou para cachoeiras do entorno do Caparaó.
De volta ao trabalho, o Teatro Fernando Torres abriu sua temporada com a apresentação da peça “A absurda comédia de duas vidas”, com os atores Edmar da Silva e Ronilson Silva Pires, nos dias 11 e 12 de março, para uma boa plateia, se consideramos a crise que assola o país, e o retorno tímido das atividades após férias, isolamento por falta de segurança e carnaval. O Secretário Municipal de Cultura Leonardo Ridolfi prestigiou o evento de abertura, acompanhado do ex-secretário de Meio Ambiente Wériton Soroldoni.
Esse mesmo espetáculo o Grupo Teatral “Gota, Pó e Poeira” apresentou-se em Salto-SP, no III Festival Nacional de Teatro Carpe Diem, promovido pela STCA Produções. A apresentação aconteceu no dia 18 de março, às 10 horas da manhã, no Auditório Maestro Gaó. Vale a pena lembrar que a cidade de Salto abriga uma das importantes esculturas de Antônio Francisco Moreira, autor de nosso Cristo Redentor, que é a estátua de Nossa Senhora de Monserrat.
E no dia 27 foi comemorado o Dia Mundial do Teatro, também com apresentação do Grupo Teatral “Gota, Pó e Poeira”, com a peça “A estória do homem que vendeu sua alma ao diabo e quase perdeu o seu amor”. A apresentação foi na Praça da Matriz.

E para atualizar todo esse movimento cultural, no final de abril haverá espetáculo infantil no Teatro Fernando Torres, nos dias 25 e 26, sendo  o clássico “Bom dia todas as cores”, com apresentações às 16 horas. Vale a pena conferir!

GUAÇUÍ NA FORMAÇÃO DE PLATEIA

Se é difícil levar o público adulto para o teatro, melhor investir na formação de plateia.

Nesta semana a Cia Baiana de Riso retornou à cidade trazendo o seu conhecido espetáculo “Pretas por ter”, uma comédia debochada que fala sobre o amor. O humor do grupo já conquistou os guaçuienses, tanto que a peça já foi apresentada várias vezes no Teatro Fernando Torres, porém o público vai amadurecendo, os adolescentes de ontem são os jovens de hoje, e muitos agora é que podem ver o trabalho.
As apresentações começaram no dia 12 de abril, em dois horários, de manhã e à tarde, para alunos da Escola Municipal Deocleciano de Oliveira. Cerca de 430 estudantes tiveram aula com Marlene e Altair, personagens icônicas da Companhia que hoje está praticamente sediada no Estado do Rio. E no domingo de Páscoa, dia 15, às 20:30 horas o elenco reapresenta do espetáculo no Fernando Torres, que certamente terá um público garantido, visto o sucesso do mesmo em todo o Brasil.
Aproveitando a estada em Guaçuí, os atores ainda fizeram, na quinta feira, para a Escola Municipal São Geraldo a apresentação do espetáculo infantil “Quem conta um conto”, um misto de contação de histórias, brincadeiras e musical. Lógico que a veia de humor dos atores foi mantida e os alunos embarcaram na história, com muita participação.
Nesta onda de formação de plateia para a continuidade das atividades do Teatro Fernando Torres, quem também buscou esse recurso foram a Escola Anísio Teixeira e o Colégio Israel, ambos assistiram o trabalho do Grupo “Gota, Pó e Poeira”, o Gato de Botas, encenado em comemoração do Dia Mundial do Teatro que foi no dia 27 de março. A apresentação visou ao lançamento do projeto de leitura das respectivas escolas.
Para essas apresentações, o Grupo Gota contou com parte de seu elenco mais antigo: Edmar da Silva, João Batista de Moraes e eu (Carlos Ola), e integrantes do seu Ponto de Cultura dentro do Projeto “Guaçuí Em Cena”, sendo Erich Duarte, Duda Martins, Renan Amorim e Matheus Soares. O clássico agradou e o grupo pretende reapresentá-lo em breve, a exemplo do que fará com “Bom dia todas as cores”,  nos dias 29 e 30 de abril, às 16 horas, em Guaçuí.

Outras linguagens artísticas também estão sendo desenvolvidas no município com a participação de alunos. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente já está bem adiantada com a produção dos curtas ambientais, a serem apresentados na Feira do Verde de Guaçuí. A oficina de roteiro e iniciação começou em março, e os alunos já estão ensaiando para a gravação dos vídeos. Vale lembrar que os filmes das edições anteriores vêm conquistando prêmios em todo o Brasil, sendo inclusive exibidos em várias mostras e festivais.