domingo, 18 de dezembro de 2016

Comédia capixaba faz sucesso em Festival no Piauí



No período de 07 a 11 de dezembro, aconteceu no Piauí o 5º Festival Nacional de Teatro de Floriano – Troféu Teatro Maria Bonita, numa homenagem ao iluminador Assaí Campelo, promovido pelo Grupo Escalet daquela cidade. O evento reuniu espetáculos de 13 estados, entre ele o Espírito Santo, sendo este representado pelo Grupo Teatral “Gota, Pó e Poeira”, com a peça “A absurda comédia de duas vidas”.
O festival, que era realizado a cada dois anos, agora passa a ser anual. É uma iniciativa do Grupo Escândalo Legalizado de Teatro (Escalet), com o apoio da Secretaria Estadual de Cultura do Piauí, por meio do Sistema Estadual de Incentivo à Cultura – Siec. Durante o evento, a organização fez uma homenagem a diversas personalidades do Piauí por sua contribuição à cultura, e ainda lançou uma revista com imagens e texto que representam os 30 anos do Teatro Maria Bonita, na cidade Floriano, divisa com o Estado do Maranhão.
Segundo a organização, o festival recebeu mais de 150 inscrições de todas as regiões do país e de 22 estados. Houve inscrições de todos os gêneros da dramaturgia: infantil, comédia, drama, tragicomédia, improviso, monólogo, teatro de rua, teatro de bonecos, entre outros.
Para um dos coordenadores do evento, César Crispim, outro ponto importante a ser destacado  é a participação de diretores, produtores, atores e técnicos que vieram ao evento representar seus espetáculos. “Foi oportunidade única de celebrarmos o teatro nacional, de projetarmos os grupos participantes e, sobretudo, de aprendermos um pouco mais. O apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual da Cultura, foi muito importante e garantiu a continuidade e qualidade do evento.” 
O representante do Espírito Santo no festival, Carlos Ola – diretor do Grupo Teatral “Gota, Pó e Poeira” – evidencia a importância do evento ao reunir produções de Pontos de Cultura de todo o país, bem como de grupos independentes no fazer teatral. “O Festival de Floriano, em sua diversidade, faz com que analisemos nossas produções, bem como troquemos informações com outros pontos e companhias. Sem dúvida, faz com que estejamos numa rede e com isso estamos sempre atualizados e em crescimento”.
O diretor destaca ainda a forma como o espetáculo “A absurda comédia de duas vidas” foi recebido pelos atores e técnicos do festival, bem como pelo público. “A plateia do festival foi calorosa com o espetáculo, reagiu muito bem à nossa proposta de montagem, com um texto marcado por ironias e pela comunicação imediata dos atores, em ótimas performances”. A comédia é interpretada pelos atores Edmar da Silva e Ronilson Pires, e na técnica estão o diretor Carlos Ola (iluminação) e a sonoplasta Neuza de Souza.
O elenco da peça ainda teve a oportunidade de participar ainda de diversas atividades promovidas pela organização do festival e assistir a bons espetáculos infantis, adultos, de rua e monólogos. Após cada apresentação, de maneira informal, a troca de informações acontecia espontaneamente conhecendo um pouco de cada trabalho e companhia. 
Além da logística da organização do Festival de Floriano, para essa participação no Festival de Teatro de Floriano, o Grupo Gota contou com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo (Secult-ES), através do edital nº 01. “O edital favorece aos grupos a participação em eventos importantes como este, tão necessários para o seu aperfeiçoamento e divulgação da cultura capixaba”, agradece o diretor.
Entre os contatos mantidos no Festival, há a possibilidade de novas apresentações, com pré-convites para Teresina e para Goiânia. A peça agora segue para Vitória, ficando em cartaz no Theatro Carlos Gomes, nos dias 13 e 14 de janeiro, e depois vai para Curitiba, com datas e local ainda a serem definidos.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

VÁCUO


O vazio cobre meu peito
Ando sem jeito, perdido no espaço...
Queria o abraço do qual me afasto,
O beijo de que rejeito.
Enquanto a chuva fina
Embaraça a cortina do meu quarto
Me farto de silêncio
Procurando  compreender
O que é ter e não possuir
O que é ir para não chegar.
Divagar, devagar, calar...
Esperar brotar o novo dia
Que se fia em empilhar papéis
Para construir uma nova história
Ou quem saber se apenas
Mais um revés.
Oco, vácuo, buraco...
Construo cenas no proscênio
Por ser breve a passagem pelo palco
Onde o drama se instala

Para um novo ato que não aconteceu.

segunda-feira, 14 de março de 2016

DURA REALIDADE DESTE PAÍS

Vivemos num pais desiludido e de desesperados
Corrupção e política se dão as mãos.
Como verdadeiros aliados.
E nas ruas há uma guerra velada entre o bem e o mal.
De um lado a “elite branca”
Apelidada de coxinha
Como se a mesma não fosse
O verdadeiro salgado brasileiro.
De outro, os que se vestem de vermelho
Colocando-se num pedestal
De defensores dos fracos e oprimidos
Ignorando a classe média nacional.
Lava-jatos, petrolão, anos de corrupção...
Com quem está verdade?
Existem só dois lados dessa moeda?
Vestir-se de verde amarelo e ir para ruas está errado
Na suposta versão daqueles que um dia
Se juntaram aos caras-pintadas
Pedindo moralidade para o país.
Mas aquilo que se pediu no passado
Não se aplicado nesse novo reinado
De mito que se diz intocável.
Somos um país miscigenado.
O que se deve querer é um respeito a todos
Dando um basta em tanta podridão
E que se acerte o rumo desta nação
Descontrolada e desgovernada.



                                              Foto de "A roupa nova o imperador"


sábado, 12 de março de 2016

2016 COMEÇA AGITADO NA CULTURA

O ano novo começou com muitas atividades teatrais do Gota e também no Teatro Fernando Torres. O calor da estação se juntou ao calor das apresentações, mexendo com a programação cultural que envolve os guaçuienses.
Começamos o ano, em janeiro, apresentando em Piúma os espetáculos “A roupa nova do imperador”, “A árvore que fugiu do quintal”, “Bumba meu boi” e “A saga amorosa dos amantes Píramo e Tisbe”. O público, entre turistas e nativos, deliciou-se com as histórias e, na primeira rodada do chapéu, uma tradição do teatro de rua, veio o reconhecimento do trabalho, pena que nas apresentações seguintes isso não mais pode ocorrer, visto que o ato de passar o chapéu não foi bem aceito por algumas lideranças daquela cidade, e como obedece quem tem juízo... a cena não mais se repetiu.
Em fevereiro esperamos pelo carnaval. Já que o interior perdeu muito com essa tradição popular, o jeito foi buscar outras possibilidades e nada melhor do que a praia. Metade em  Guaçuí, metade do período em Vila Velha. Lá também não houve carnaval como antigamente, mas olhar a beleza das praias de Itapuã e da Costa enche nossos olhos, e relaxa nossa mente. Mal sabiam os usuários dos locais que no mês seguinte, elas seriam interditadas por não estarem próprias para banho.
Sobre o carnaval, em Guaçuí ou qualquer outra cidade, é preciso reformular. Buscar outra forma para atrair os turistas para essa região. Quer seja em maior segurança, maior atrativo, mais divulgação e maior qualidade. Vai ser preciso reinventar essa festa popular por aqui, a fim de renascer das cinzas. Não será preciso reeditar escolas de samba que já não mais existem, mas talvez investir em blocos, concursos de fantasias, bandas tocando mais cedo nas praças, trazendo de volta as famílias. E pensar num diferencial... mas qual?
De volta ao trabalho, o Teatro Fernando Torres abriu sua temporada com um Sarau Beneficente em prol do Hospital Infantil de Cachoeiro. O jovem Charles Nalim promoveu o evento com rock, MPB, rap e dança. Os artistas deram sua contribuição cultural e artística, pena que o público foi menos que o esperado. Arrecadaram-se poucos pacotes de fraldas, no entanto valeu a intenção do jovem produtor que meio frustrado ainda acredita nos seus sonhos.
E para atualizar todo esse movimento cultural, março chegou e Guaçuí recebeu já dois espetáculos teatrais: A menina cão e A culpa. O primeiro, infanto-juvenil, veio com apoio do Estado e da Prefeitura de Guaçuí, transportando dos livros para o palco as memórias de uma menina, supostamente a autora Lorena Lima. Em quatro apresentações, encantou o público.

A Culpa, do ator Luiz Carlos Cardoso, tem algo de visceral e questiona a relação de pai e filho. O texto de Franz Kafka despertou a reflexão dos alunos do ensino médio e pré-enem presentes a uma sessão especial, acontecida no dia 10 de março, antecipando as comemorações do Dia do Teatro. Essa reestréia certamente virou comentário entre esses jovens, fugindo do seu universo digital.