sexta-feira, 30 de setembro de 2016

VÁCUO


O vazio cobre meu peito
Ando sem jeito, perdido no espaço...
Queria o abraço do qual me afasto,
O beijo de que rejeito.
Enquanto a chuva fina
Embaraça a cortina do meu quarto
Me farto de silêncio
Procurando  compreender
O que é ter e não possuir
O que é ir para não chegar.
Divagar, devagar, calar...
Esperar brotar o novo dia
Que se fia em empilhar papéis
Para construir uma nova história
Ou quem saber se apenas
Mais um revés.
Oco, vácuo, buraco...
Construo cenas no proscênio
Por ser breve a passagem pelo palco
Onde o drama se instala

Para um novo ato que não aconteceu.

2 comentários: