Saído do realismo do século XIX e transposto para as armadilhas amorosas do século XXI, o espetáculo conta a história de uma confusão entre casais tendo como pano de fundo o adultério. Já o fio condutor do humor está por conta de Vicente, um serviçal que acaba se envolvendo nas confusões amorosas do patrão, um juiz de direito. “Foi um exercício intenso de teatro ao transpor a linguagem de dois séculos atrás para as modernidades dos dias atuais, com uma suposta troca de casais, porém de forma leve e com muito humor”, declara o diretor.
Na condução do espetáculo, o
coletivo levou para cena cinco atores: Eduarda Pascoal, Rafaela Carvalho, Igor
Nunes, Yago Cindra e o premiado Matheus Soares; todos frutos das oficinas do
Ponto de Cultura do Grupo Teatral Gota, Pó e Poeira. “As oficinas oferecem uma
formação técnica e gabaritam os integrantes a estar em cena em importantes
mostras, como essa ocorrida em Ubá. O espetáculo é fruto desses módulos e a
premiação comprava que estamos no caminho certo”, afirma Soares.
A apresentação em Ubá é a
primeira fora do município de Guaçuí. A peça estreou em 2023, passou por um
processo de reformulação no seu elenco e agora parte para novos circuitos e
mostras. A experiência, segundo o elenco, foi bastante positiva e o desejo é
prosseguir com o trabalho para que o humor ainda seja mais preciso.
O coletivo, formado por jovens atores, destaca a importância do Festival de Ubá, impecável na sua organização e com excelentes produções de todo Brasil. Na sua grade estavam produções do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraíba, Ceará, Goiás, Santa Catarina, Minas Gerais e Espírito Santo. Houve ainda a presença de um grupo de Portugal, com um belo trabalho de teatro alternativo. Realmente Ubá foi palco das brasilidades onde a diversidade se expressou, definem os atores.