Em 30 de junho de 2000
aconteceu a inauguração do Teatro Municipal de Guaçuí, numa justa homenagem ao
grande ator Fernando Torres, filho deste município. Na ocasião, além do
homenageado, esteve presente sua esposa Fernanda Montenegro que se confessou
encantada com a casa de espetáculos, uma das melhores do Espírito Santo devido
a sua qualidade acústica e seu palco capaz de receber bons espetáculos
teatrais. Sua primeira atração foi a Orquestra Sinfônica do Espírito Santo para
uma plateia de mais de 300 pessoas, entre guaçuienses e visitantes. Foi um
momento inesquecível, tanto por receber o ilustre homenageado quanto por ter a
primeira grande dama do teatro nacional em nossas terras.
A trajetória do Teatro
Municipal Fernando Torres teve, como qualquer outra casa de espetáculos, seus
altos e baixos. Teve casas lotadas para ver espetáculos como “Violetas na
janela”, com a atriz Ana Rosa; “Confissões de adolescentes”, grande sucesso no
eixo Rio-São Paulo; “Aonde está você agora”, com jovens atores como Luciano Viana,
Bruno Gradim, Iran Malfitano”; a shows de humor como Luis Salém, Ary Toledo e
Juca Chaves, entre tantos outros.
Um palco para a dança e música
Foi palco de dança para
grandes companhias capixabas como o Balé da Ilha, Cia Mitzi Marzutti, Negraô,
Cia Homem de Dança, Cia Urgente de Dança e Teatro, além de muitas outras que
até fica enumerar, porém é palco sempre do Balé Rick Reis, que já foi Balé
Guaçuí e também Balé da Movimento Academia, e todos são unânimes em elogiar o
grande palco do teatro guaçuiense. E, a propósito, neste domingo tem
espetáculo: “Teoria Geral da Fossa”, de Vitória, às 17 horas.
Na música essa relação
também não é diferente. Grandes shows estaduais já passaram por nossa cidade, e
fizeram boas apresentações no Fernando Torres. Muitos vieram pelo Projeto de
Circulação Cultural do Governo do Estado do Espírito Santo, numa forma de
incentivar muitos talentos capixabas, e principalmente favorecer o acesso a
cultura à população do interior. Bandas guaçuienses também tiveram vez nessa trajetória,
tais como a Retrô, os músicos Thiago e Lucas Arruda, sem esquecer a Lira Santa
Cecília e o projeto musical de Celso Montoni. O palco do teatro e democrático,
e bandas evangélicas, católicas e estudantis também tiveram vez. Os shows
nacionais não foram frequentes, isso se deve ao tamanho do teatro, mas Paulinho
Pedra Azul e Xangai trouxeram seu belo canto para alegria de poucos.
O Festival Nacional de Teatro
Sem dúvida, o grande
chamariz do Teatro Fernando Torres é o Festival Nacional de Teatro que atrai o
seu maior público e este ano acontece de 13 a 19 de agosto. É uma semana de
apresentações, em dois ou três horários por dia, com atores e técnicos de
várias partes do Brasil, contemplando o sudeste, o nordeste, o sul e o norte do
país. Pelo festival já passaram grandes estrelas, em início de carreira ou já
consolidados, como David Lucas, Raoni Carneiro, Mayana Neiva, Erike Busoni
(prêmio Shell de iluminação), só para citar alguns.
Companhias com trajetórias
premiadas, inclusive com temporadas no exterior, e outras com pouco tempo de
estrada, porém com trabalhos de intensas pesquisas, fizeram e fazem do Teatro
Fernando Torres um ponto de referência no teatro brasileiro, e o seu palco faz
de Guaçuí, na época da realização do festival, “a capital capixaba das artes
cênicas”. Se não houvesse o Teatro Fernando Torres, isso não seria possível.
Os seus dias mais tristes é
quando se vê uma plateia com poucas pessoas, mostrando uma população cada vez
mais distante das artes e da cultura. Porém, a lição da “Fênix”, em renascer
das cinzas, faz com que a cada segunda-feira seja preciso reunir novamente as
forças e insistir que no próximo final de semana será melhor. É preciso crer
sempre nisso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário