terça-feira, 20 de junho de 2017

O passado e o presente de um Teatro Municipal




Em 30 de junho de 2000 aconteceu a inauguração do Teatro Municipal de Guaçuí, numa justa homenagem ao grande ator Fernando Torres, filho deste município. Na ocasião, além do homenageado, esteve presente sua esposa Fernanda Montenegro que se confessou encantada com a casa de espetáculos, uma das melhores do Espírito Santo devido a sua qualidade acústica e seu palco capaz de receber bons espetáculos teatrais. Sua primeira atração foi a Orquestra Sinfônica do Espírito Santo para uma plateia de mais de 300 pessoas, entre guaçuienses e visitantes. Foi um momento inesquecível, tanto por receber o ilustre homenageado quanto por ter a primeira grande dama do teatro nacional em nossas terras.
A trajetória do Teatro Municipal Fernando Torres teve, como qualquer outra casa de espetáculos, seus altos e baixos. Teve casas lotadas para ver espetáculos como “Violetas na janela”, com a atriz Ana Rosa; “Confissões de adolescentes”, grande sucesso no eixo Rio-São Paulo; “Aonde está você agora”, com jovens atores como Luciano Viana, Bruno Gradim, Iran Malfitano”; a shows de humor como Luis Salém, Ary Toledo e Juca Chaves, entre tantos outros.
Um palco para a dança e música
Foi palco de dança para grandes companhias capixabas como o Balé da Ilha, Cia Mitzi Marzutti, Negraô, Cia Homem de Dança, Cia Urgente de Dança e Teatro, além de muitas outras que até fica enumerar, porém é palco sempre do Balé Rick Reis, que já foi Balé Guaçuí e também Balé da Movimento Academia, e todos são unânimes em elogiar o grande palco do teatro guaçuiense. E, a propósito, neste domingo tem espetáculo: “Teoria Geral da Fossa”, de Vitória, às 17 horas.
Na música essa relação também não é diferente. Grandes shows estaduais já passaram por nossa cidade, e fizeram boas apresentações no Fernando Torres. Muitos vieram pelo Projeto de Circulação Cultural do Governo do Estado do Espírito Santo, numa forma de incentivar muitos talentos capixabas, e principalmente favorecer o acesso a cultura à população do interior. Bandas guaçuienses também tiveram vez nessa trajetória, tais como a Retrô, os músicos Thiago e Lucas Arruda, sem esquecer a Lira Santa Cecília e o projeto musical de Celso Montoni. O palco do teatro e democrático, e bandas evangélicas, católicas e estudantis também tiveram vez. Os shows nacionais não foram frequentes, isso se deve ao tamanho do teatro, mas Paulinho Pedra Azul e Xangai trouxeram seu belo canto para alegria de poucos.
O Festival Nacional de Teatro
Sem dúvida, o grande chamariz do Teatro Fernando Torres é o Festival Nacional de Teatro que atrai o seu maior público e este ano acontece de 13 a 19 de agosto. É uma semana de apresentações, em dois ou três horários por dia, com atores e técnicos de várias partes do Brasil, contemplando o sudeste, o nordeste, o sul e o norte do país. Pelo festival já passaram grandes estrelas, em início de carreira ou já consolidados, como David Lucas, Raoni Carneiro, Mayana Neiva, Erike Busoni (prêmio Shell de iluminação), só para citar alguns.
Companhias com trajetórias premiadas, inclusive com temporadas no exterior, e outras com pouco tempo de estrada, porém com trabalhos de intensas pesquisas, fizeram e fazem do Teatro Fernando Torres um ponto de referência no teatro brasileiro, e o seu palco faz de Guaçuí, na época da realização do festival, “a capital capixaba das artes cênicas”. Se não houvesse o Teatro Fernando Torres, isso não seria possível.
Os seus dias mais tristes é quando se vê uma plateia com poucas pessoas, mostrando uma população cada vez mais distante das artes e da cultura. Porém, a lição da “Fênix”, em renascer das cinzas, faz com que a cada segunda-feira seja preciso reunir novamente as forças e insistir que no próximo final de semana será melhor. É preciso crer sempre nisso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário