sábado, 14 de março de 2015

Que viva a poesia!

Todo texto dotado de sentimentalismo, emoção e presença marcante do eu-lírico contém poesia, pois poesia é o estado, a atmosfera de beleza que tanto pode existir na prosa como nos versos, mesmo que muitos confundam o gênero textual “poema” como sendo “poesia”. Ela é uma manifestação de beleza e estética retratada pelo poeta em forma de palavras. No sentido figurado, poesia é tudo aquilo que comove, que sensibiliza e desperta sentimentos. É qualquer forma de arte que inspira e encanta, que é sublime e bela.
Já diziam os poetas modernistas, um deles Oswald de Andrade, “A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos”. Assim sendo, qualquer material pode ser objeto de poesia, não necessariamente aquele ligado aos percalços do amor, podendo ser a morte de um leiteiro ou a labuta de um pai no dia a dia da roça, ou então até mesmo aquela “famigerada” pedra no caminho, como imortalizou Carlos Drummond de Andrade.
A partir das últimas décadas do século XX o verso entrou em crise, não porque tenha caído no descrédito, e sim porque com a velocidade dos meios de comunicação e a facilidade de divulgar os poemas em sites ou redes sociais; e qualquer pessoa pode ser escritor ou poeta, entretanto não basta apenas ter criatividade, tem que estar atento à riqueza da linguagem e aos aspectos gramaticais, muitas vezes combinando inspiração e transpiração. Por isso, alguns dizem que o poeta é o mestre em lapidar as palavras.
A diminuição da leitura dos poemas veio também em função das letras de música que se tornaram a grande referência entre os jovens. Por causa do linguajar mais apurado da poesia em oposição à apelação dos versos musicais, houve um esvaziamento no interesse pelas obras de grandes poetas e o pouco investimento no surgimento de novos talentos, embora muitos publiquem em edições privadas suas obras no mercado editorial. O mundo musical formou novos “pseudo-poetas”, com rimas fáceis, letras banais, numa verdadeira “sofrência” para os nossos ouvidos.
Guaçuí é berço e celeiro de grandes poetas, e alguns deixaram suas marcas na história do município, como é o caso de Antônio Carneiro Ribeiro, autor da letra do hino de Guaçuí. Ele soube, como poucos, cantar a beleza de nossa paisagem; a simpatia de nossa gente; e a importância de nossos antepassados. Depois veio uma nova geração com nomes como Ivanete da Silva Glória Dalmácio, Gilvôn Mapelli, Roosevelt da Silveira, Miguel Teodoro, Irene Stela Antunes, Eliane Correia, Heliana Mara Soares, Cláudia Pinto, Danille Leite Freitas, Weber Muller, Geraldo Hamilton, entre outros.

E sobre Ivanete Glória, ela é sem sombra de dúvidas um ícone da educação e da cultura de nossa cidade. Teve na juventude os arroubos do teatro, assim como sua prima a atriz Darlene Glória; mergulhou na educação ao lecionar Português para inúmeras gerações e hoje dedica-se à arte de escrever, tendo um dos seus textos completando a homenagem ao Dia Internacional da Mulher em exposição de fotos no Teatro Fernando Torres, ao lado de uma instalação do artista plástico João Batista de Moraes. Vale a pena conferir! E feliz Dia da Poesia! Parabéns, poetas de Guaçuí!

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