segunda-feira, 26 de março de 2018

DEZ ESPETÁCULOS DO ES SE APRESENTAM EM CURITIBA, NO FRINGE


A “Cia Poéticas da Cena Contemporânea”, presente pela terceira vez no Fringe, traz os espetáculos “Peter Pan” e “Love Fair”. Tematização do desejo na boca dos atores, “Love Fair” alcança um tratamento estético através de folhas secas e o jogo cênico com corações de carne (de verdade). Já o infanto-juvenil “Peter Pan”, regado a Beatles e canções populares, todo sonorizado ao vivo, utiliza-se de “achados cênicos” e cenas de plateia para contar a história de Wendy na Terra do Nunca.
O “Nucleo de Investigação de Teatro Colaborativo”, em parceria com a companhia “Os Suspeitos” apresenta uma versão de rua de “Casa de Bonecas”. O texto de Ibsen é o primeiro a trazer o viés feminista para a dramaturgia moderna. Já em “Vértices, Sobre Hamlet”, em parceria com o “Avessos Núcleo”, os icônicos personagens Hamlet e Ofélia são reconstruídos em meio a uma miscelânea de diversas referências, para abordar temas como o suicídio, o papel da mulher na sociedade, a loucura cotidiana e os desencontros do amor.
É também Shakespeare a inspiração da “Cia Experimental de Teatro do CIAC”, que traz uma versão divertida de “Sonho De Uma Noite de Verão”. Ação e movimentação, paixões e casamentos, brigas e reconciliações, equívocos e finais felizes permeiam o enredo criado pelo maior dramaturgo de todos.
Já o Grupo “Gota, Pó e Poeira” que desde 2002 vem para o FRINGE, bebe da tragédia de Otelo, trazendo os personagens de Shakespeare para um espaço atemporal em “O Acerto de Contas”. Um general e seus alferes, enclausurados numa mesma cela, repassam a tragédia que culminou nas mortes de suas esposas. Enquanto aguardam julgamento passam a limpo relação e discutem sobre o que ocasionou os crimes. De Molière, a segunda peça apresentada pelo “Gota”, o “O Médico à Força”, cômica e farsesca, expõe mazelas da sociedade e propõe a reflexão. O boêmio lenhador Sganarelo é confundido com um médico e destinado a cuidar de uma jovem que precisa recuperar a voz para se casar.
A comédia está presente também no espetáculo “Dose Dupla”. “Cachoeira e Amora”, cansados da vida no circo, chegam de mala e cuia na praça da cidade para representar gags clássicas e brincadeiras da vida no circo. Ao contar a história de um casal de palhaços que vive a procura de praças, desafiam-se e discutem os poderes e desigualdades da mulher em pleno século XXI.
A vida da mulher é retratada também pela “Cia Nós de Teatro” na performance “Emily”, premiada “melhor investigação cênica” no festival de Cenas Curtas “As Lucianas” no Rio de Janeiro. Trata-se da história da poeta norte-americana Emily Dickinson, escrita pelo dramaturgo norte-americano William Luce. No quintal de casa, Emily recebe os espectadores, fala de relacionamentos, dramas e do amor pelas palavras.
Em parceira com o “Grupo Seis e Meia”, a “Edilamar Fogos Produções” traz “Os Sequestrados”, escrita por Dell Freire com a tutoria do dramaturgo Samir Yazbek. Inspirada na filosofia de Sartre e no cinema de Fassbinder, a peça utiliza-se das linguagens teatral e cinematográfica para enfocar as relações de uma família tradicional no período pós-ditadura militar. Ao longo da apresentação são revelados segredos, que levam o publico a um clima de suspense.

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