O movimento cultural da
Região do Caparaó foi intenso na semana que passou, principalmente no que diz
respeito ao segmento estudantil, quando foram realizadas as mostras de teatro,
música e dança no Teatro Fernando Torres, com participação de escolas dos
municípios que pertencem à Superintendência de Educação Jurema Moretz-Sonh,
sediada em Guaçuí. Segundo a coordenadora de cultura deste órgão do Estado –
Getselane Gomes dos Santos, “foram momentos de brilhantismo, talento e
criatividade”.
A dança e a música
A Mostra de Dança foi a que
mais trouxe apresentações, com coreografias que envolveram alunos de ensino
fundamental e médio, numa mescla de pesquisa folclórica, hip hop, dance, balé
clássico e dança contemporânea. Belíssimos trabalhos foram apresentados com
destaque para o resgate antropológico da Escola Henrique Coutinho e da Escola
Santíssima Trindade; para apelo jovem da Escola Pedro Simão; para o diálogo
entre o popular e o contemporâneo da Antônio Carneiro Ribeiro; e para o dance
da Monsenhor Miguel de Sanctis. Os alunos fizeram bonito numa mostra de boas
performances.
Com menor participação que
nos anos anteriores, somente quatro escolas mostraram seus talentos musicais,
porém um nível acima da média, pois foi de grande surpresa o repertório
escolhido pelos professores e alunos. A Escola Henrique Coutinho, de Iúna,
trouxe canções inesquecíveis para serem interpretadas por um afinado grupo de
alunos, e o mesmo foi ovacionado pela plateia. A Escola Santíssima Trindade,
também de Iúna, mergulhou nas canções de Chico Buarque, dando destaque a canção
“Cálice”, tão importante quando se estuda aspectos da ditadura militar. A
Escola Bráulio Franco, de Muniz Freire, revitalizou clássicos sertanejos, e mostrou
o seu constante bom desempenho musical. Já a Escola Antonio Carneiro Ribeiro,
de Guaçuí, trouxe belas canções envolvendo compositores jovens como Nando Reis
e Thiago Iorc. Seu grupo de alunos, do Curso Técnico em Administração, em
interpretações intimistas, mostrou afinação e sensibilidade.
O teatro em evidência
A tradição teatral da região se confirmou em
excelentes montagens apresentadas na quinta feira, dia 06 de julho, no palco do
Teatro Fernando Torres. A abertura foi com o espetáculo da Escola Sirena
Rezende, de Celina, numa interface de personagens tirados dos grandes clássicos
da literatura com o discurso político atual em todas as áreas, principalmente
na defesa da mulher. A Escola Henrique Coutinho, de Iúna, trouxe um texto bem
conhecido das mostras cênicas “O mistério de feiurinha” e lógico que agradou a
plateia pelas boas atuações e pelo figurino. Já a Escola Santíssima Trindade,
também daquela cidade, preferiu mostrar os encantos da Região do Caparaó num
texto futurista e em tom de comédia; ao contrário da Escola Bráulio Franco, que
optou por um monólogo introspectivo e denso, numa bela interpretação da sua
aluna na obra “Cegos”.
Guaçuí soube representar
muito bem o município, através de jovens bastante talentosos. A Escola Viva
“Monsenhor Miguel de Sanctis” fez a apresentação do espetáculo “A menina dos
olhos grandes”, escrito e protagonizado por Hillary Gonçalves, que optou ainda
pelo efeito das sombras chinesas. Por outro lado, a Escola Antônio Carneiro
Ribeiro trouxe uma adaptação do livro “Caparaó Místico”, de José Wlademiro de
Carvalho, contando as lendas das Icamiabas e da Casa Queimada, juntando o mundo
mítico ao mundo real. Um dos seus pontos fortes foi o jovem ator Kayo Serafim,
com boa atuação e muito humor em cena. A peça “A pedra da lua”, o público
poderá conferir no Festival de Teatro de Guaçuí, no período de 13 a 19 de
agosto.
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